Série: Sons of Anarchy (SoA)

Posted by Anônimo On 16 de dez. de 2010 3 comentários

Sons of Anarchy

Baseado no clássico de William Shakespeare (Hamlet), muito embora a trama ainda não tenha se desdobrado nesse sentindo, Sons of Anarchy teve um início memorável, para aquela que certamente é uma das melhores séries produzidas nos últimos anos. Afinal, o que será mais importante: lutar por aquilo que acreditamos ou deixar que nos guiem por caminhos que não escolhemos, independentemente destes "caminhos" e/ou escolhas serem moralmente correto ou não?

Sons of Anarchy Motorcycle Club, trata sobre um clube de motociclistas que estão permanentemente envolvidos em questões ilegais, mas vivem sob a fachada de um clube de motos e de uma oficina mecânica, onde traficam armas e realizam outros negócios ilegais. A “família”, terminologia utilizada pelos seus membros, possui um código próprio de honra, justiça e conduta, e a partir disso, fazem de tudo para manter a pequena cidade onde vivem (Charming), a salvo de qualquer ameaça, bem como livre da violência, das drogas e do progresso.

O grupo de motociclistas, de certa forma, assegura a proteção da cidade (do seu modo), realizando o trabalho sujo necessário para garantir o êxito nessa missão, não faltando inclusive incursões ao mundo do tráfico de drogas, prostituição e de armas. Clarence "Clay" Morrow, o atual presidente do clube, conduz a entidade com braço de ferro, o que parece estar despertando dúvidas em Jackson "Jax" Teller, futuro sucessor de Clay na presidência do clube.

Essas dúvidas estão diretamente ligadas à descoberta de antigos documentos redigidos pelo seu progenitor (John Teller), fundador do clube ao lado de Clay. A ideia inicial do clube era bastante simples e bem diferente do atual rumo tomado pelo Sons of Anarchy.

Há outra figura importantíssima na trama, Gemma Teller Morrow (mãe de Jax). Ela se casou com Clay após a morte de John Teller, seu ex-marido. E é aqui que a trama atinge o seu apogeu: Gemma não é apenas a "mãe" porra-louca e determinada que aparenta ser. Ela é quem parece estar verdadeiramente à frente do clube/família, sendo o verdadeiro pilar que sustenta toda essa complexa estrutura, bem como suas ramificações. Espera-se, portanto, um confronto ferrenho entre mãe e filho (Gemma e Jax), no transcorrer do seriado.

Sons of Anarchy conta com uma boa dose de ação, um argumento muito bem estruturado, além da excelente trilha sonora: Curtis Stigers & The Forest Rangers; The Black Keys; Fu Manchu; Sasquatch; Black Mountain; Five Horse Johnson; The Toadies

É, em suma, um excelente seriado. Recomendo!

 

SoA

O canal de TV FX anunciou a renovação da série. A 4ª temporada,

com 13 novos episódios, terá sua exibição a partir de 2011.

The Cove - A Enseada (2009)

Posted by Anônimo On 23 de out. de 2010 0 comentários

The Cove

The Cove é um daqueles documentários impactantes. Ele tem tudo para ser o assunto nos próximos meses, e ficar tão conhecido como um daqueles docs do Michael Moore, só pra citar um exemplo recente.

A Enseada (tradução para o português), ainda não há previsão para sua estreia nos cinemas brasileiros. Essa enseada fica na baía de Taiji, no Japão, uma cidade que, à primeira vista, parece glorificar os golfinhos e baleias, com diversos monumentos, passeios turísticos, museus, etc. Pura ilusão. Taiji é o local onde existe a maior matança de golfinhos na atualidade - e tudo financiado pelo principal museu de lá.

Por ano, em todo o Japão, são mortos mais de 23 mil golfinhos. Outros tantos são mantidos vivos e vão parar em aquários de todo mundo, ao custo de 150 mil dólares cada.

Quem alerta para esses absurdos é Richard O’Barry, que ficou conhecido nos anos 60 como o treinador do Flipper. O’Barry se sente um pouco responsável pelo destino dos golfinhos. Ele acredite que por influência do seriado Flipper a exploração dos golfinhos em cativeiro tenha tomado tal dimensão.

A grande luta dos realizadores deste documentário é que a IWC - International Whaling Commission, comissão reconhecida pela ONU para proteção e preservação das baleias, inclua também os golfinhos. Mesmo eles sendo pequenos cetáceos, ou seja, mini-baleias, inexplicavelmente não são incluídos nesse programa de proteção.

Para contar essa história, o diretor do documentário Louie Psihoyos, fotógrafo da National Geographic, e também cofundador da Oceanic Preservation Society, precisava das imagens desse constante massacre, que acontece todo ano na enseada de Taiji.

Até hoje, ninguém havia conseguido filmar nem fotografar nada. A posição geográfica do local favorece a carnificina e, dificulta a captação de imagens, além da comunidade local barrar todos aqueles que queiram atrapalhar o "trabalho".

É aí que começa a “aventura”. Para documentar a matança, o diretor Psihoyos montou uma grande equipe, com diversos especialistas, entre eles dois dos melhores mergulhadores do mundo, um praticante de esportes radicais, e um perito da Industrial Light and Magic que, junto de sua equipe, cria diversas pedras artificiais (ocas), onde são escondidas todo tipo de câmera.

Além das pedras, foram usados hidrofones, ninhos de passarinho cenográficos, um pequeno balão e um helicóptero de controle remoto para as imagens aéreas.

Nos minutos finais, apenas o som ambiente... Não precisa de narrador, legenda, nenhum tipo de informação. As imagens dizem tudo. E chocam!

Depois de assistir a esse documentário, tenho certeza que tu vais pensar duas vezes antes de comprar um ingresso para o "maravilhoso" show da Sea World.

Mais informações: http://www.takepart.com/thecove

 

The Cove - Trailer

Tropa de Elite 2 - O inimigo agora é outro

Posted by Anônimo On 11 de out. de 2010 0 comentários

Tropa de Elite 2

No último final de semana tive a oportunidade de assistir o tão aguardado Tropa de Elite 2, e a pergunta era: será que a continuação do filme conseguirá ser tão bacana quanto o primeiro? Eu arrisco: não é só tão bom quanto; é melhor, mais intenso, mais urgente, mais incendiário, mais brilhante. Não é uma continuação feita por dinheiro: é uma necessária resposta àqueles que taxaram Tropa 1 como fascista e retrógrado. Se no primeiro filme tínhamos uma tese, aqui temos uma antítese e, talvez, uma síntese.

Tropa de Elite 2 é simplesmente sensacional. Em todos os sentidos, é maior do que o seu predecessor. Além de mais empolgante, é mais complexo, elaborado e aumenta a mítica em torno dos seus personagens -- especialmente o Capitão (agora Coronel) Nascimento. É bom não comentar muito a história: basta saber que Nascimento começa o filme como comandante do BOPE, sendo retirado do posto e colocado num cargo executivo dentro da Secretaria de Segurança do Rio de Janeiro. Lá, se envolverá com a política local e acompanhará o nascimento das milícias armadas nas favelas cariocas.

Esta sinopse aparentemente simples não dá conta da complexidade da história. Como numa espécie de ópera, cada novo acontecimento na narrativa deixa o filme mais tenso, ao ponto de torcermos desesperadamente pelos mocinhos e odiar profundamente os (muitos) vilões.

O prólogo intrigante que abre Tropa 2 já escancara o sentimento de urgência que vai num crescendo poderoso e inexorável até o seu final. Após os créditos com cenas do filme anterior, caímos num primeiro ato absolutamente intenso, que mostra uma rebelião em Bangu 1. Estes primeiros 20 e tantos minutos servem apenas de preparação para a trama de fato (o surgimento das milícias), mas é essencial para estabelecer o tom e o clima do filme.

O que nos é apresentado a partir daí é uma daquelas sagas de combate ao crime que faz o espectador ficar na ponta da cadeira, num sentimento de torcida e indignação insuperáveis. Acredito que jamais tenha havido no Brasil um filme que tratasse desta forma a luta heroica contra a criminalidade em todos os escalões da sociedade.

O filme inteiro gira ao redor de Nascimento, por quem somos brindados com uma interpretação inesquecível de Wagner Moura. Se ele já transformara o policial truculento de Tropa 1 num dos grandes personagens do nosso cinema, aqui ele o eleva a um dos maiores heróis (ou anti-heróis). Moura faz um Nascimento que começa a ficar consciente de que, no fim das contas, ele é parte do tal "sistema" contra o qual ele afirma lutar. Esta consciência é sucedida por uma solidão que Moura interpreta magistralmente, comovendo o público de maneira única.

Aliás, solidão é a palavra de ordem do personagem. Seus atos o afastam da família, da corporação, dos amigos, da justiça, e ele se cerca de antagonistas por todos os lados. A começar pelo seu adversário ideológico Fraga (provavelmente baseado no histórico de militância do Deputado Estadual Marcelo Freixo), um professor de história que representa o contrário daquilo que o policial acredita -- e o faz com argumentos igualmente incisivos. Fraga é também, como descobrimos ainda no início da trama, um inimigo emocional do oficial do BOPE.

Por sinal, tudo que fez sucesso na película de 2007 retorna -- o policial idealista Mathias (feito por um André Ramiro mais maduro), a tortura com o saco plástico, etc. Mas estes elementos familiares são dispostos inteligentemente no decorrer da história, nunca de maneira gratuita e sempre num novo contexto. Por sinal, o texto não cai na tentação fácil de tentar criar novos bordões como "pede para sair": o que importa mesmo é a força da história.

Não é necessária muita imaginação para saber que o texto de Tropa 2 distribui bordoadas para todos os lados. Ninguém é poupado no julgamento dos realizadores: polícia, governo, mídia. Pouco antes do encerramento, a conclusão final: um sobrevoo por Brasília e uma pergunta em off de Nascimento que é uma verdadeira porrada no estômago do espectador. O filme faz com que o espectador se sinta parte de todo aquele universo nem tão ficcional (como já aparece escrito na tela bem no início da projeção), num desfecho inteligente e marcante.

Eu me pergunto o que aconteceria se Tropa de Elite 2 estreasse antes das eleições do último dia 3, com uma distribuição histórica em todo o território nacional. Certamente teria colocado fogo no Rio de Janeiro -- e no país.

 

Tropa de Elite 2 - Trailer Oficial (HD)

Van Halen + RHCP + Satriani = Chickenfoot

Posted by Anônimo On 2 de out. de 2010 0 comentários

Chickenfoot

O supergrupo formado por Sammy Hagar e Michael Anthony, do Van Halen, Chad Smith, do Red Hot Chili Peppers, e Joe Satriani, fez renascer o hard rock nos anos 2000?

A alcunha supergrupo, apesar de batida, cai como uma luva ao Chickenfoot, tanto pelos nomes envolvidos, quanto pela imensa expectativa que o grupo gerou, afinal estamos falando de quatro caras que já fizeram história no rock.

O primeiro álbum do Chickenfoot, agradou em cheio. Muito bem gravado, com uma sonoridade de guitarra espetacular, a banda chega próxima ao que o Van Halen fez de melhor há duas décadas. Sim, não é exagero. A banda demonstra boa sintonia (como se tocassem juntos há anos), mandam muito bem, apresentando um som viril e uma excelente forma por parte dos seus integrantes.

A faixa "Sexy Little Thing", é muito bacana (mesmo que tenha um certo apelo comercial), mas nessa faixa é possível notar as características do som de cada integrante - como por exemplo: a jogada de pratos de Chad Smith, os fraseados de Satriani, sem falar no belo trabalho realizado pelo baixo do Sr. Michael Anthony.

O som inconfundível da guitarra de Satriani, é um capítulo à parte. Além das excelentes melodias - que sempre lhe foram marca registrada -, riffs fortes e uma sequência de interludes muito bacana. Além de abusar das dobras, Satriani utiliza efeitos com perfeição, como em "Runnin Out", por exemplo. Prova disso é a forte "Get it Up", que, além de um início avassalador, une momentos de transição psicodélica e, solos de guitarra matadores.

Uma das gratas surpresas é o vocalista Sammy Hagar. Ele sempre dividiu opiniões quando o assunto era sua carreira pós-Van Halen. E mesmo que não fosse tão óbvio, Sammy parece um estreante (no bom sentido), tamanha energia que impõe. E sim, lembra muito Van Halen, principalmente em faixas como "Kinda Girl" ou "Down the Drain". Mantendo o ritmo, "Future In the Past", com título bem apropriado ao grupo, fecha esse excelente trabalho.

Embora seja impossível fazer previsões quanto ao futuro do Chickenfoot - mesmo porque, na maioria das ocasiões esse tipo de projeto não costuma durar muito tempo... mesmo assim já terá valido a pena pela honestidade da proposta, em ter surgido como uma dose de oxigênio à vitalidade que o hard rock tanto procurava.

Chickenfoot (CD)

Chickenfoot (2009)

No último final de semana, tive a oportunidade de assistir o excelente DVD da Chickenfoot (Get Your Buzz on Live). RECOMENDO!

Chickenfoot (DVD)

Chickenfoot - Get Your Buzz on Live (2010)

Discos Essenciais - nº 010

Posted by Anônimo On 15 de set. de 2010 0 comentários

John Coltrane - A Love Supreme (1965)

A Love Supreme, o poema definitivo de Coltrane, foi seu quinto álbum para o famoso selo de indie jazz Impulse!, depois de um período na gravadora Atlantic, especializada em R&B. Em suas investidas anteriores, ele ziguezagueou pela história do jazz - participou das inovações de Miles Davis; mergulhou na "New Thing"; gravou uma série de baladas, numa parceria improvável com o crooner Johnny Hartman; reuniu uma orquestra fenomenal para o disco Africa/Brass; e chegou a dividir espaço com Duke Ellington.

Em 1962, no entanto, Coltrane já tinha desenvolvido um tipo de jazz modal que indicava escalas indianas e árabes, mantendo um foco espiritual apaixonado. Enquanto ele falava a língua do sax soprano e tenor, seu legendário quarteto o acompanhava num hard bop que levava à Índia e à África, ao soul e até mesmo à música psicodélica.

A Love Supreme consegue o raro feito de não fazer qualquer concessão e, ainda assim, ser totalmente acessível. A insistente linha de quatro notas do baixo de Jimmy Garrison que inicia "Acknowledgement" ("a LOVE su-PREME") funciona como um leitmotif, constantemente reafirmado, explorado e mutilado tanto pelo sax tenor como pelos mágicos vocais. "Resolution" leva a um Coltrane mais familiar, complementado pela bateria de Elvin Jones (que soa como se fosse um solo, sem perder sua batida sólida), enquanto a coda do álbum, "Psalm", é uma oração instrumental.

Este disco é uma viagem quase perfeita ao despertar da consciência, à compreensão do mundo e à iluminação espiritual.

Os músicos:

John Coltrane - tenor saxofone

Jimmy Garrison - double bass

Elvin Jones - drums

McCoy Tyner - piano

Resumindo: compre, baixe, peça emprestado, mas não deixe de ouvir...

coltranejalovesupreme 

Músicas do álbum

  Disco 1 - (Deluxe Edition)
01 Part 1 - Acknowledgement
02 Part 2 - Resolution
03 Part 3 - Pursuance
04 Part 4 - Psalm
Disco 2 - (Deluxe Edition)
01 Introduction by André Francis
02 Part 1 - Acknowledgement
03 Part 2 - Resolution
04 Part 3 - Pursuance
05 Part 4 - Psalm
06 Part 2 - Resolution
07 Part 2 - Resolution
08 Part 1 - Acknowledgement
09 Part 1 - Acknowledgement
   

Fonte: 1001 discos para ouvir antes de morrer. Ed: Sextante Ltda.