Em: 03/07/2009
Há pouco mais de três anos, o Internacional vem se consolidando como um dos melhores times do futebol brasileiro, haja visto os inúmeros títulos expressivos que ganhou até aqui, dentre os quais, o maior título da sua história.
Desde o final do ano passado, início desse ano, o Internacional vem apresentando resultados muito satisfatórios "dentro" e "fora" de campo (fora de campo o Internacional fomenta e mantêm inúmeros projetos sociais realizados em parceria com órgãos públicos e privados. Para quem quiser conhecer melhor as ações sociais do Internacional, aí vai o link: http://migre.me/3bvF). Voltando ao futebol "dentro de campo", todos, ou pelo menos a maioria daqueles que acompanham o futebol, apaixonas ou não, parciais ou imparciais, torcedores ou secadores, etc, sabem muito bem que não basta empenho, entrega, força, garra, luta, se todos esses adjetivos e inúmeros outros, não vierem devidamente precedidos de uma das premissas para a conquista de títulos: a qualidade técnica do time.
Pois bem, o Inter tem investido pesado no seu Departamento de Futebol Profissional, agregando ao seu elenco de jogadores, nomes de reconhecida expressão nacional e internacional; revelando jovens talentos oriundos das suas categorias de base (onde também o trabalho e o investimento são preocupações permanentes do clube); além do esforço em manter alguns dos grandes jogadores que atualmente fazem parte do grupo.
Até aqui, fica claro que a política de futebol adotada pela Diretoria do Clube vem dando resultados, porém, percebe-se há meses alguns sintomas preocupantes em relação ao ritmo, desempenho e sequência dos jogos realizados (seja coletiva ou individualmente)!
GAUCHÃO
O desempenho do Internacional durante o Campeonato Gaúcho desse ano, foi algo que beirou a perfeição, enchendo os olhos dos torcedores e crônica esportiva. O time jogava bem, não perdia (terminou o campeonato invicto), aplicava goleadas, ganhou todos os GRENAIS, etc… Mas algo lá no fundo sempre dizia: o gauchão não é parâmetro para que se possa verificar a real qualidade de um time de futebol. Lembrem-se, após o gauchão, o Internacional teria pela frente três competições com um nível de exigência muito maior (Copa do Brasil, Campeonato Brasileiro e Recopa Sulamericana).
A Copa do Brasil iniciou para o Internacional no estado do Mato Grosso, enfrentando um time sem nenhuma expressão no futebol nacional, o "temido" União de Rondonópolis! Perdeu na estreia, e na partida de volta no estádio Beira-Rio, realizou uma partida sofrível para conseguir se classificar. Dali em diante, enfrentou outros adversários inferiores tecnicamente, porém, com maior importância e representatividade no cenário futebolístico nacional, passando por todos sem nenhuma dificuldade! Estávamos diante de uma nova pergunta: esses adversários também podem ser considerados parâmetro???
Lhes respondo a pergunta, NÃO! Nos jogos em que o Internacional enfrentou o Flamengo, houve um equilíbrio técnico bastante grande, na minha opinião com uma leve superioridade do Flamengo. Ao final dos dois jogos, Inter classificado. Passamos ainda pelo Coritiba, realizando uma excelente partida no Beira-Rio (vencendo soberanamente por 3X1), na partida de volta no Paraná jogou com o regulamento embaixo do braço (levou um sufoco nunca antes visto, perdeu o jogo por 1X0, e conseguiu a sua classificação para a decisão da Copa do Brasil). Ainda sobre esse jogo, onde escrevi "com o regulamento embaixo do braço", entenda-se de forma pequena e covarde.
Ao final, enfrentamos em dois jogos o time do Corinthians, primeiro jogo em São Paulo, onde perdemos por 2X0 (entendo que nesse jogo perdemos o título), tendo realizado uma partida satisfatória em relação ao posicionamento tático do time. Não há como deixar de citar duas questões extra-campo (não irei detalhar): 1) ausência de dois dos principais jogadores do grupo Colorado, convocados pelo "Administrador de Campo da CBF" para a Copa das Confederações, onde foram fazer turismo e perder seu condicionamento físico, principalmente o Nilmar; 2) os terríveis "erros" cometidos pelo senhor árbitro: Héber Roberto Lopes no primeiro jogo em SP.
É importante que se diga, o jogo da grande final, marcado para o dia 01/07 no Beira-Rio, esteve cercado de elementos extra-campo. Denúncias e acusações contra o claríssimo favorecimento da arbitragem para com o time do Corinthians (isso vem de longa data); os técnicos dos dois times falando muitas outras coisas e esquecendo do futebol; jogadores entrando no clima da decisão e trocando provocações, etc. Sei que tudo isso faz parte de um grande jogo (clássico), de uma final de campeonato, porém, o que se viu foi um Corinthians focado e preparado para a decisão, e um Internacional aparentemente mal escalado para as circunstâncias do jogo, assim como tentando resolver as coisas de forma afoita e individual (num esporte que é coletivo). Aqui eu deixo manifestado o meu total reconhecimento a conquista do time paulista, pois na minha opinião "eles" possuem o grande diferencial em relação ao Internacional: o técnico.
TITE E SUAS CONVICÇÕES
Começo esse último ponto, com uma frase bastante conhecida no mundo do futebol (confesso não saber a sua autoria): "vai entender cabeça de técnico de futebol!" O técnico do Internacional é reconhecidamente um estudioso dos esquemas e táticas futebolísticas, é um bom treinador, tendo começado a sua carreira no interior do RS e conseguindo alcançar certa notoriedade com trabalhos realizados em grandes clubes brasileiros, assim como conquistas (títulos) muito expressivos.
Infelizmente, no Internacional acredito que o Tite não esteja realizando um trabalho semelhante aos que já realizou, pois o Inter possui um dos melhor elencos do Brasil (isso dito inclusive pela imprensa do centro do país), tem a sua disposição toda a estrutura do Clube (médicos, fisioterapeutas, psicólogos, nutricionistas, equipamentos, etc), conta ainda com o total respaldo da Diretoria em relação ao seu trabalho, e mesmo com tudo isso realiza escolhas, possui convicções e toma decisões, que definitivamente não consigo compreender (falo em nome de parte da torcida Colorada).
Por exemplo, não entendo o porquê do melhor zagueiro hoje do Internacional sequer fica no banco de reservas, é isso mesmo, estou falando do jogador Sorondo. Outra questão incompreensível é sobre o zagueiro Álvaro (que é bom zagueiro, mas está em má fase) esse jogador precisou jogar uma série de jogos horríveis, falhar inúmeras vezes até que o técnico decidisse tirá-lo do time. Outra convicção é a montagem do meio-campo do Inter (o famoso losango), onde há um volante específico para a marcação (Sandro, que é muito bom jogador), uma linha com dois outros volantes que além de marcar, aproximam-se da zona de articulação (Guiñazu e Magrão) e o gringo D'Alessandro especificamente para a armação/articulação das jogadas. Daí tu podes me dizer, o que há de mau nisso? Eu respondo, uma vez marcado o D'Alessandro, terminou quase que por completo a criatividade do Internacional… Eu prefiro que o meio campo da equipe seja montado com duas linhas de dois, ou seja, dois volantes que saibam jogar e dois articuladores…
Por fim, espero que alguns e/ou muitos acertos sejam feitos, pois não esqueçamos, esse é o ano do nosso centenário, e tenho a mais absoluta certeza que assim como eu, a torcida não ficará satisfeita com apenas o título do Campeonato Gaúcho! Ou será que estou errado???
1 comentários:
Concordo em parte com o que escreveu!
Acho que o Tite está errando em algumas escolhas mesmo.
Teu Blog é bem legal
Adriano (Colorado)
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