Pensamentos Pedroso®

Esse post marca o início de uma nova categoria dentro do blog: Discos Essenciais.

A partir de agora, tentarei atualizar o Pensamentos Pedroso® semanalmente, sendo que um ou mais posts dentro do mês, pertencerão a essa nova categoria.

O "Discos Essenciais" tentará na medida do possível respeitar uma ordem cronológica, mas não ficarei definitivamente preso à isso. O mais importante, será manter a estrutura e a periodicidade em relação à publicação dos posts.

Elvis Presley (1956)

Não é nenhuma jóia rara. De fato, quando tocado para os ouvidos do século 21, habituados à arte e à técnica da produção de um bom álbum, o primeiro LP de Elvis Presley mostra-se de certa forma frustrante e inconsistente.

O repertório, montado a partir de várias sessões, é composto por sete faixas registradas no início de 1956 - às vésperas do lançamento do álbum, em 13 de março - e cinco que eram, virtualmente, sobras da Sun Records, de 1954 e 1955, gravadas antes do contrato de Elvis com a RCA.

O vocal bem trabalhado de "I'll Never Let You Go (Little Girl)", uma das heranças da Sun Records, chega ao limite da autoparódia: naquela época, por ironia, Elvis não tinha uma imagem pública que pudesse ser imitada. Uma curiosidade é que, embora todo o relançamento em CD inclua "Heartbreak Hotel" - a que catapultou o guri de 21 anos da celebridade local em Memphis à fama mundial em algumas semanas -, essa faixa não consta do disco original.

No entanto, o álbum tem muita magia: revoluções já aconteceram por menos que isso. O gospel branco de "I'm Counting On You" e o ressoar nervoso de "I Go A Woman", de Ray Charles, formam uma sequência forte logo no início; perto do fim, encontra-se a versão definitivamente solitária de "Blue Moon". Mas a faixa que se destaca é a impressionante "Trying To Get To You", que coloca Presley num patamar acima, já bem próximo do caminho de virar uma estrela. É uma gravação belíssima.

A capa do álbum também é inesquecível. A foto, creditada a William V. "Red" Robertson e, tirada em 31 de julho de 1955, num show em Tampa, na Flórida, é uma das mais simbólicas do cantor. A banda The Clash concordou, subvertendo a imagem para a capa de London Calling, de 1979.

Resumindo: compre, baixe, peça emprestado, mas não deixe de ouvir...

Fonte: 1001 discos para ouvir antes de morrer. Ed: Sextante Ltda.