Tive o meu primeiro contato com a “sonzera” que a Céu e banda fazem, lá por 2004/2005, pelas mãos do grande camarada Luciano Amorim. Putz, a partir daquele momento, passei a me interessar profundamente pelo som dessa "menina".
Na última quinta-feira (27), fez muito calor em pleno agosto na capital gaúcha, à noite eu e minha esposa Joseane, fomos ao clássico bar Opinião situado no bairro boêmio de Porto Alegre - Cidade Baixa. Chegamos ao bar por volta das 22h30min, e surpreendentemente o lugar não contava com aquele público de tantas outras oportunidades...
Pontualmente às 23h, subiu ao palco a mais nova revelação musical feminina do Brasil - Céu. Aos 29 anos, Maria do Céu Whitaker Poças, contando com não mais do que cinco anos de carreira, já emplacou no topo da lista das revelações da Billboard, foi indicada ao Grammy Latino, e ainda realizou diversos shows na Europa e nos Estados Unidos, aliás, fora do Brasil Céu é bem mais conhecida do que aqui.
O SHOW
Céu subiu ao palco com o seu jeito "menina" (olhando para o seu rosto, duvido que alguém desse mais do que 25 anos), mas bastou a “menina” começar a cantar, para que todos prestassem um pouco mais de atenção. Com uma voz forte, grave, afinadíssima e uma bela presença de palco, Céu soube muito bem prender a atenção de todos que lá estavam. Definitivamente, Céu sabe muito bem ao que veio!
De todas as cantoras surgidas no Brasil nos últimos anos, somente em Céu eu consigo identificar uma proposta musical diferenciada: ser romântica sem ser piegas, tocar samba sem ser antigo, fazer um som moderno sem apelar ao formato insuportável do “bate-estaca”, etc. No som de Céu, fica evidente a simpatia da cantora pela música africana, comprovado pela sua performance no palco (dançando como se estivesse em transe)???
Aos que me conhecem, não é nenhuma novidade que sou um grande admirador da “Black Music”, ou seja, aquela pegada muito bem marcada na “cozinha” da banda: baixo e bateria. No caso específico desse show, saí do bar Opinião completamente satisfeito... mesmo que o som da Céu não se possa definir por “Black Music”, os elementos desse gênero perpassam o tempo inteiro pela proposta do som!
Outro ponto alto no show, ficou por conta da banda que acompanha a cantora, os quatro músicos são excelentes: Bruno Buarque (bateria); Lucas Martins (baixo); DJ Marco (mpc/pick up); Guilherme Ribeiro (teclado/acordeon/guitarra). A sintonia da banda não poderia ser melhor, parece que nasceram tocando juntos, e o resultado é um som (sonzera) da melhor qualidade...
VAGAROSA
Depois de cinco anos do primeiro e elogiadíssimo álbum homônimo, Céu lança Vagarosa e começa a turnê brasileira. O show promete uma mescla das canções novas com as do primeiro álbum (não dá pra chamar de antigas ainda, né), onde Céu apareceu para o público com músicas como Malemolência, 10 Contados, e O Ronco da Cuíca.
Algumas músicas desse novo álbum foram lançadas em formato digital no exterior há uns meses atrás e o disco completo saiu agora, pela Urban Jungle e Universal Music. Vagarosa é um pouco diferente do primeiro trabalho, principalmente pelo passeio de Céu pelo reggae (Cangote e Cumadi). Mas o samba, que é tão presente na ascensão da cantora permanece por lá. Como a ótima canção Sobre o Amor e Seu Trabalho Silencioso, que começa com um “vai pegar feito bocejo/ ou que só sentido vê/ instigado num lampejo/ despertado pelo beijo/ que o baile parou pra ver”.
Eu arriscaria definir o trabalho de Céu como: a feliz mescla do primitivismo das percussões com a modernidade da música eletrônica...
DISCOS
2 comentários:
Fabinhooooooo..o teu blog ta muito profi! Parabéns. Bjos pra vcs.
E aí mãe do "Robertoso", tudo bem?
Bacana o elogio, e melhor ainda a participação...
Valeu Karen - Bjs
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