Poucas vezes assisti a um filme que tenha me levado "quase" ao extremo. Passei boa parte deste filme (baseado em fatos reais), sofrendo com o personagem central, "Bobby Sands", que durante as suas seis últimas semanas de vida, fez greve de fome e liderou um dos mais violentos motins contra os maus tratos no presídio de Maze, na Irlanda do Norte, em 1981.
O filme possui um formato muito interessante (pelo menos para o meu gosto). O diretor optou por mostrar/contar a história, a partir de uma perspectiva intimista, ou seja, concentrando a maior parte das cenas, na violência silenciosa que acontecia no interior da prisão (mostrando inclusive os motivos pelos quais os presos iniciaram a revolta).
Uma das grandes sacadas do diretor, está relacionada ao pouco diálogo e, a quase inexistente trilha sonora (por vezes escutamos apenas os sons da tortura). Uma das muitas cenas excelentes, onde o silêncio é "quebrado", acontece quando "Bobby Sands" recebe a visita de um padre, pouco antes de iniciar a greve de fome. É nessa cena, que se concentram quase todos os diálogos do filme (aproximadamente vinte minutos, contando com um plano de filmagem quase estático).
Outro ponto bacana do filme (talvez o melhor), está relacionado com a brilhante interpretação do ator Michael Fassbender. Para entender exatamente o que estou escrevendo, basta assistir ao filme (a interpretação é impressionante). O ator precisou ficar com uma aparência física deplorável, a fim de garantir uma boa caracterização ao personagem.
Aos que apreciam cinema europeu (nesse caso: Grã-Bretanha/Irlanda), não podem deixar de assistir a esse filme. Mas alerto: é um filme forte, realista e chocante.
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